um assombro de lugar
desde ontem estou aqui em Rio do Oeste, um belo e pacato município localizado no Alto Vale do Itajaí, na microrregião de Rio do Sul, com área total de 245 Km² e a 276 Km de distância de Florianópolis. na população de 6.729 habitantes predominam os descendentes de italianos, com muitos descendentes de alemães também. pretos locais, até o momento, não vi. agora faz um frio de lascar os ossos. não há muito o que se fazer por aqui, além de ficar no computador, tomar um café que descolei na cozinha e ler os livros que trouxe.
estou aqui a trabalho, acompanhando a delegação itajaiense que disputa a 7ª Olimpíada Estudantil de Santa Catarina – Olesc. os jogos acontecem na cidade de Rio do Sul, que na minha opinião deveria receber o título de Capital Mundial da Ponte e promover anualmente a Festa Nacional da Ponte – Fenaponte. proporcionalmente, nunca vi tanta ponte numa cidade só.
falando em Rio do Oeste e Rio do Sul, ainda não encontrei – e olhe que estou procurando – Rio do Norte e Rio do Leste para completar a coleção. mas isso fica para outra vez… por enquanto, ressalto novamente a beleza dos lugares, como já fiz na primeira linha desse texto.
o misterioso convento
o mais curioso disso tudo, além dos jogos, que são sempre muito divertidos e interessantes, é o local onde estamos hospedados, aqui em Rio do Oeste. a Escola Estadual Básica Expedicionário Mário Nardelli é um lugar enigmático, intrigante.
a imponente e belíssima construção, que data dos anos 1940 – iniciada em 1944, conforme Euclides, que trabalha aqui – foi erguida para abrigar um convento, que funcionou por muitos anos no local. depois, as irmãs venderam o prédio ao Estado, que o transformou em escola.
até aqui, tudo bem. só por isso, o lugar já impressiona. afinal de contas, guarda muito ainda do ambiente que abrigou, segundo Euclides, mais de cem freiras. o prédio é amplo, mas bastante escuro. sombrio. principalmente a partir do final da tarde. muito bem estruturado, mas, ao mesmo tempo simples. a sensação é mesmo de claustro. a cor escura e o estalar do chão de madeira, as portas, as paredes reforçadas. os quadros e os crucifixos – sim, eles estão por toda parte! – e as escadas.
e, além disso, uma infinidade de entradas e caminhos – atalhos – extremamente discretos. estes, com uma ajuda da imaginação, tornam-se logo – ou não seriam mesmo? – passagens secretas. logo que pisei aqui, uma das primeiras lembranças que me veio à mente foi “O Nome da Rosa”, de Umberto Eco. livro e filme. angustiante. perturbador. alguns arrepios são inevitáveis.
mas, como se isso não bastasse, veio logo a história. a princípio, apenas em forma de comentários soltos. pensei, ingenuamente, tratar-se de algo inventado para assustar a garotada dos jogos e fazer com que todos fossem dormir com maior facilidade. mas não. Euclides, o senhor que trabalha na casa, confirmou o episódio, ocorrido há sete anos: numa noite de outubro, uma menina de nove anos, filha de um casal de professores que aqui lecionavam, veio até a escola para esperar pela irmã mais velha, que estava no curso de dança.
quando estava em uma sala do primeiro andar, a menina, ao ver que as cortinas fechadas, sentou-se para ficar apoiada na janela, que ela julgava também estar trancada. mas não: a janela estava aberta… ao sentar-se e buscar apoio para as costas, a menina caiu… um rapaz, que estava ao lado, foi rápido e ainda conseguiu segurá-la por um dos pés. no entanto, quis o destino que ele ficasse apenas com um tênis na mão, enquanto a menina voava para a morte.
o fato chocou a cidade. segundo nosso relator, a comoção foi geral. ele, que já testemunhou o passamento de muitas pessoas importantes e abastadas, afirma nunca ter um funeral despertar tanta emoção e ser acompanhado por um número tão grande de pessoas.
perguntado a respeito de possíveis assombrações, aparições ou outras manifestações de espíritos – da menina ou de freiras desencarnadas -, o funcionário Euclides, extremamente religioso, é categórico ao afirmar a inexistência de qualquer presença do sobrenatural nas instalações da escola. de qualquer forma, a tragédia marcou a cidade e contribuiu para aumentar a aura de mistério em torno da casa. o nome da menina? prefiro não reproduzir neste texto, para não abalar o imaginário de algumas pessoas, que podem fixá-lo, e também para não perturbar o ser que rompeu os umbrais da existência de forma tão abrupta. esteja em paz.
andrepinheiro, 08/08/2007.
Putz! Quero o resto!!! ehehehhe
da história, é claaaaaaro.
sim, Rômulo… a história continua… e fica bem melhor.
postarei hoje ou, no máximo, amanhã.
André.
Cara, não é rio do oeste que é a capital da polenta? ou seria do queijo? eu sei que laurentino é uma e rio do oeste outra.
Agora é interessante esse negócio de rio, tem também a divisão por cores e tons (Rio Branco, Rio Negro(inho), Rio Pardo…)
Eu estudo na escola. não acho que seja assombrosa… mas é misteriosa…e como. Nunca imaginei que poderia encontrar um site que falasse sobre isso.A menina de que falaram em cima foi minha amiga e estudou comigo na segunda série primária.
abraços
hoje sou aluna do primeiro ano do ensino médio.
Qual o nome da menina?
Verdade que é a filha de Cláudia?
engraçado ler este texto. conheço Rio do Oeste. Conheço Rio do Sul. E tenho bastante saudades de lá.
foi muito legal ler este relato, sobre a escola onde eu estudo, estamos fazendo um documentário super legal que será gravado aqui, e com certeza vamos colocar algumas cenas que, digamos assim, vão colocar um pouquinho de medo na galera…………..
eu ri muito quando vcs ficaram com medo da historia da menina, mais acreditem a historia eh verdadeira, eh triste mais eh verdadeira e naum sei pq vcs tem medo, eu q estudo e moro do lado dela naum tenhu medo. eu jah tive q ir na horta da escola num dia d chuva forte a noite pega sei la o q pra minha mae.eu vi uma tumba d cemiterio no bosque e vcs tem medo da escola. tenhu certeza q o documentario da nikky vai ser muito legal e q vai bota um medinhu nos outros
Luana, não temos medo da história da menina. ela foi contada no relato porque tem grande importância no contexto. o que chamou a atenção foi mesmo o aspecto lúgubre do casarão.
olha só o nome da escola é Escola de Educação Básica Expedicionário Mário Nardelli e outra coisa o andar em que a garota caiu foi o terceiro e não o primeiro.sobre o texto que vocês fizeram ficou muito imprecionante nós estudamos aqui faz um bom tempo e sempre ficamos fixados na idéia de que a escola tem um ar de suspense sim, quando vocês vierem para cá, devem conhecer o ceminário que também guarda muitas histórias bem legais, pois lá também funcionou uma escola para padres.obrigada por ter reconhecido que a nossa escola´além de simples é muito interessante!!!!!!!!!!!